quarta-feira, 11 de abril de 2012

Contas, dívidas, gastos: como ter controle da sua vida financeira?



SÃO PAULO - Manter as finanças em ordem está entre os principais desafios dos consumidores. Mas sair do vermelho, se livrar das dívidas e ter uma sobra financeira ao final do mês não é impossível. A dica do consultor jurídico e autor do livro “Dívidas? Tô Fora!, Ronaldo Gotlib, é pensar nas suas despesas e receitas como se você fosse uma empresa.
“Se o consumidor tiver o espírito de uma empresa, consegue ter mais sucesso com suas contas”, diz Gotlib. Na prática, para ter controle absoluto das contas, é preciso colocar no papel todos os seus gastos diariamente. Isso será importante, pois o que destrói o orçamento de qualquer um são os gastos variáveis e os inesperados.
Os desembolsos com aluguel, financiamento de imóvel e automóvel, com as contas de água, luz, telefone e escola dos filhos são gastos muito claros e previsíveis, ou seja, já temos fixado em nossas mentes que, no durante o mês, teremos de lidar com eles. Mas os demais gastos, que ocorrem independentemente dos nossos planos, nem sempre são considerados e são justamente eles que podem atrapalhar tudo.
Gastos diários
No meio do mês, foi preciso trocar um pneu ou o consumidor resolveu comprar um aparelho eletrônico ou ainda foi a um evento e gastou mais do que devia; se ele não ir computando os gastos diariamente, possivelmente vai se deparar com uma situação complicada ao final do mês. É por essa razão que o educador financeiro aconselha realizar uma planilha diária, que considera todos esses desembolsos.
Boa parte dos consumidores não faz essa planilha, pois acredita que dará trabalho e consumirá muito tempo. Porém, o trabalho maior ocorrerá apenas no primeiro momento, quando você se senta para elaborar a planilha. Depois disso, só será preciso ir alimentando seu banco, com os gastos diários.
Isso dará uma visão do todo, e, principalmente, permitirá a você ter mais controle da sua vida financeira. “As pessoas não têm a verdadeira noção da sua realidade financeira”, diz Gotlib. Ou seja, se por um lado sabem muito bem quanto vão receber no final do mês, por outro lado, dificilmente sabem exatamente quanto desembolsaram no mesmo período.
Parcelas e mais parcelas
Se você recebe R$ 3 mil por mês, mas parcelou a compra de um item em cinco vezes de R$ 200, você não pode mais considerar que terá ao final do mês aqueles R$ 3 mil. Você terá de trabalhar com R$ 2.800. Isso, porém, não é tão automático, ou seja, se o consumidor não coloca no papel que, durante determinados meses, uma parcela da sua renda mensal estará comprometida, ele vai continuar considerando que terá os R$ 3 mil iniciais.
O parcelamento pode causar uma grande confusão e atrapalhar bastante. Isso porque, em alguns meses, o consumidor tem um determinado número de parcelas e, em outros, não tem nenhuma. “A questão das parcelas é muito complicada, porque as pessoas só consideram o primeiro pagamento e esquecem que os demais também vão comprometer sua renda”.
Curto e de longo prazo
É importante ter um pensamento de curto e de longo prazo, e isso só é possível por meio de recursos como a planilha. “Quando a pessoa sabe o quanto ela ganha e o quanto ela deve, aí sim ela consegue raciocinar corretamente”. O problema, portanto, não é o ato de parcelar, mas acumular as parcelas e esquecer que elas vão comprometer sua renda por um tempo.
Assim, o primeiro passo no sentido de ter controle total das suas contas é levantar sua receita e as despesas fixas. Depois, passar a anotar todos os gastos variáveis e inesperados diariamente, olhando, inclusive para o futuro. Ou seja, como as parcelas vão comprometer sua renda.
O controle
“À medida que você passa a ter esse controle, você começa a ter uma sensação de prazer, sentindo-se dono de sua vida financeira”, diz o educador. Ele ainda ressalta que é a partir desse momento que o consumidor pode pensar em investimentos e em poupar, por exemplo.
Lembre-se que os principais motivos que fazem com que os brasileiros se percam nas suas finanças são basicamente três: educação, oferta de produtos e de crédito. O tema educação financeira nunca foi muito forte no País. Junta-se a isso o aumento da oferta de produtos das mais variadas marcas e categorias.
Por fim, a facilidade de crédito contribui bastante para os consumidores viverem de forma alavancada, finaliza o educador.

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